Finalmente, perdi o medo. Vamos lá para o Twitter. Agora, o blog virou @buscanaweb.

:.: Há alguns meses, dei um curso sobre Busca na Web junto com uma colega de trabalho, igualmente curiosa e fascinada com o mundo da internet. Na época, tentei sistematizar as informações de forma didática, correndo o risco natural de pecar pela generalização. E agora, quando movido por um impulso resolvo retomar a atualização do blog, é exatamente essa listinha que me vem à mente. Nos próximos posts,vou tentar detalhar a ideia por trás de cada “passo”.

Dez passos para transformar a busca em descoberta

•1: Use Links
•2: Organize os Favoritos
•3: Personalize a área de trabalho
•4: Crie um ambiente favorável à descoberta
•5: Faça a informação chegar até você
•6: Afie a sua faca: personalize as ferramentas de busca
•7: Escolha a melhor ferramenta
•8: Faça a pergunta certa
•9: Use as palavras mágicas
•10: Avalie os resultados

:.: Depois do Tapa na Pantera, e do outro vídeo com aquela frase impublicável mas catarse geral da nação que está dominando a internet, exibo aqui um vídeo mais low profile, quase uma brincadeira. Aliás, seria isso caso não tivesse sido usado pela turma do Bill Gates para vender a idéia de que hoje está mais fácil buscar informações. Com vocês, “A Busca”.

kayak.jpg:.: Se tem uma coisa que não dá mais pra imaginar sem a ajuda da internet é a organização de uma viagem.

:.: Claro que é sempre possível se lançar ao mar usando apenas uma bóia, ou seja, claro que é possível tentar achar as informações que você quer pesquisando no Google ou em outras ferramentas de busca tradicionais. Mas se você tem pressa ( e quem não tem?) e quer resultados mais precisos, o melhor caminho é uma ferramenta de busca especializada em viagens.

:.: Ultimamente, tenho gostado muito do Kayak (ou será da Kayak?). Ele reúne informações de centenas de sites de viagens, companhias aéreas, hotéis, aluguel de carros e mesmo fóruns de discussões.

:.: A página inicial é simples. Basta dizer de onde você quer ir e pra onde , com data, número de passageiros,   e procurar, digamos, por vôos disponíveis. Na primeira resposta, vêm todos os possíveis e com lugares vagos.  Mas aí entram em ação os recursos que só uma ferramenta especializada pode oferecer.

:.: O Kayak informa que aquele volume de respostas é muito grande, e oferece uma série de filtros interessantes, em que não é preciso escrever nada, basta arrastar barrinhas de um lado para o outro. Filtre por horário de saida e chegada, ou duração do vôo, ou preço. E o Kayak refaz a busca. Aquele resultado que você achar interessante, pode ser detalhado, e marcado. Se preferir, mande um e-mail com aquelas informações. Ou salve a sua busca. Ou siga pesquisando, por exemplo, por hotéis.

:.: Sobre os hotéis, aliás, é possível filtrar por categoria, marca, preço e até mesmo escolher apenas aqueles que ficam a determinada distância de alguma região naquela cidade, como o centro, por exemplo, ou um monumento específico.

:.: É possível aproveitar a experiência de outros usuários  já que o Kayak tem fórum de discussões e um serviço chamado Buzz, que indica viagens a partir de buscas feitas por outros usuários, ou marcadas como favoritas. Além de que é importante considerar que entre os sites pesquisados estão uma série de outros, já especializados, ou guias de viagens, como o Frommers.

:.: E se preferir, você pode assinar a newsletter, ou receber dicas de tarifas mais baixas por e-mail (se você é do tipo que acha que anúncios nem sempre são spam e também podem ser considerados informação).

:.: Taí. Ponto para a busca vertical, como tem sido chamado esse tipo de especialização, em que serviços se dedicam a um segmento específico em busca de melhores resultados. Neste caso, encontram.

gmail_paper.jpg

:.: A página é do Gmail. O endereço é do Gmail. Não tem cara de spam, ou vírus, ou qualquer uma dessas pragas. O novo brinquedo do Google se chama Gmail Paper.

:.: E está lá escrito:  “A gente imprime os seus e-mails de graça. Inclusive os anexos. Se forem fotos, a gente imprime em papel fotográfico. E manda pelo correio pra sua casa, em caixas, sem limite de quantidade”.

:.: Pra completar, tem fotos e depoimentos de usuários. “Eu arquivo em papel todos os e-mails do meu filho.” “Eu não conseguia me entender com a internet”. Clique aqui e dê uma olhada você mesmo.

:.: Estava bom demais pra ser verdade. Pensei que deveria ser um serviço só disponível nos Estados Unidos. Mas quando a gente vai em Termos de Uso, a verdade aparece. Ou a mentira. É brincadeira do Google no dia da mentira.

:.: Fiquei com menos cara de bobo quando soube de um outro serviço, esse verdadeiro, que está fazendo o maior sucesso. Cópias grátis. Em papel. Tipo xerox. Uma empresa pensou na quantidade de cópias que estudantes, especialmente universitários, tiram todos os dias. E resolveu bancar as cópias com anúncios no verso do papel, que vende para empresas que têm interesse naquele público-alvo.

:.: Idéia simples. Pena que só exista, de verdade, no Japão. Fica a idéia para algum empreendedor brasileiro com visão de mercado.

:.: Dá pra entender a preocupação de alguns profissionais diante do que consideram um ameaçador avanço da tecnologia. Os taquígrafos, ou os estenógrafos, por exemplo. Já pensou se inventassem um software que convertesse automaticamente um discurso, ou um texto falado qualquer, em texto escrito? Pois é. Inventaram.

:.: O ROSIDS (Rapid Open Source Intelligence Deployment System) promete fazer isso, e em vários idiomas (árabe, inglês, francês, alemão, espanhol, polonês e grego), mas ainda não em português.

:.: Desenvolvido com propósitos militares, o ROSIDS (vi nota na Info) está sendo lançado comercialmente com o apelo de criar legendas automáticas para transmissões de TV e rádio. Ou seja: você pode assistir à programação da Al Jazeera, a CNN do mundo árabe, com a programação original, lendo as legendas no idioma que escolher. Ou ouvir uma rádio da Grécia, vendo as legendas em display próprio pra isso.

:.: Mas a proposta vai além. Seria possível identificar o gênero (masculino ou feminino) a partir da voz. Agrupar as falas de uma mesma pessoa durante um determinado tempo de transmissão. Fazer a identificação da voz. E fazer indexações automáticas. O que pode ser um grande avanço na busca de arquivos audiovisuais.

:.: Pense que um evento qualquer, em áudio ou vídeo, hoje depende de alguém estabelecer as palavras-chave que serão usadas para que seja localizado em uma busca. Se um software pode reconhecer a voz, e indexar de várias maneiras, vai ficar muito mais fácil arquivar arquivos de áudio e vídeo e – importante – pesquisar e recuperar essas informações.

:.: Um discurso específico em uma sessão plenária da Câmara ou do Senado, por exemplo. Ou ainda, todos os discursos de um Senador ou Deputado específico. Ou todas as falas de uma determinada pessoa dentre várias entrevistas. Ou as músicas de um determinado cantor em um universo de músicas não catalogadas. Ou… Ou… as possibilidades são inúmeras….

pocketmod.jpg:.: E então você é daqueles que acha muito lindo esse mundo de laptops e palmtops mas prefere manter suas anotações bem guardadas em papeizinhos dobrados no bolso? Tem lá suas vantagens, é verdade. A bateria nunca acaba. Nem vai ter que mandar pra assistência técnica justamente quando acabou a garantia. Além, é claro, do preço…

:.: Se você é desses, como o meu amigo Rogério, aí vai a dica: Pocket Mod. O PalmTop de papel. No melhor estilo “faça você mesmo”. Está tudo em Inglês, mas vai aí um singelo tutorial:

1. Entre no site e cique em “Start”, no campo superior direito.
2. Você vai começar a montar o seu Pocket Mod, que será uma folha de papel, tamanho ofício, dividida em oito partes iguais. Cada uma pode ter uma utilidade diferente.
3. Em “select a mode”, escolha a utilidade para cada parte da folha. Por exemplo, clique em “Cover”, para ver um modelo de capa. O item selecionado vai aparecer no retângulo ao lado.
4. A partir daí, basta clicar com o botão esquerdo do mouse sobre este retângulo, segurar o botão e arrastar até a página em que você quer ter aquela utilidade. No exemplo acima, em que clicamos em “Cover”, podemos arrastar até “Front”, que será a página da frente do Pocket Mod depois de dobrado.
5. Selecione uma utilidade para cada página, ou a mesma para todas, e vá clicando e arrastando. Por exemplo, você pode querer uma lista de compras em duas partes da página, um calendário em outra, um lista de afazeres em outra, e uma grade para desenhos. São inúmeras opções. Tem até jogo da velha.
6.Depois, basta mandar para a impressora e dobrar como explicado em “Folding Guide” (guia para dobrar), em que é possível ver ainda as instruções em vídeo.

:.: Se você preferir, dá pra mudar o tamanho do papel escolhido. Ou baixar uma versão do software para o seu computador, para usar mesmo quando não estiver conectado na internet.

:.: Por fim, se é pra ter assim “O Infinito na Palma da sua Mão”, saiba que esse é exatamente o título do novo livro de crônicas de Rubem Alves. (Desculpe a dica incidental, mas não resisti…)

:.: Não, não é apenas um título metido a besta, embora seja. Na verdade, é uma expressão idiomática que aprendi no “Inglês pra que?“, um blog com dicas para quem está aprendendo inglês, ou já sabe e quer “improve”.

:.: E resolvi falar disso porque desde que comecei o blog me pego angustiado por não conseguir atualizá-lo no ritmo que gostaria. Então, resolvi partir pro “menos é mais”, ou seja, de vez em quando vou registrar em conjunto novidades que me chamam a atenção, e que podem ser úteis na descoberta de informações na Web. As de hoje, portanto:

* Inglês pra que? – Blog pra quem quer e nem sempre consegue aprender inglês. Escrito por Levy Carneiro Jr., “um estudante do Inglês que ama esta língua e o que ela pode oferecer”.

* História dos Mecanismos de Busca – artigo de um designer que, embora bem resumido, fala de buscadores importantes, como o Searchmash, a experiência futurista do Google. Eu, por exemplo, fiquei bem interessado em conhecer o Ontoweb, que por si só vale o item abaixo.

* Ontoweb – “um buscador de informações governamentais de mídia eletrônica, primeiro no mundo a juntar engenharia de ontologias, semânticas, estruturas valorativas e técnicas de inteligência artificial para refinar os resultados”.

* 1ª. Conferência Web 2.0 – Essa, vai ser uma pena perder. Soube agora que as inscrições já estão esgotadas. Mas acho que vale a pena tentar se informar sobre o rumo das discussões. Vai ser em São Paulo, a partir de 28 de fevereiro.

:.: Ah, e a propósito: “getting up to speed” quer dizer “ficando por dentro dos fatos.” Quem ensina é o Inglêspraque.com.

If a Blog Falls

– “Se uma árvore cai na floresta, e ninguém bloga a respeito, isso faz alguma diferença?”

:.: Sei não, mas quando vi essa charge achei que tinha muito a ver com busca na Web. Por um lado, porque demonstra a força dos blogs, e por extensão da internet. Por outro, cá pra nós, porque pode revelar na verdade uma baita pretensão.

:.: De qualquer forma, o que não é dito pelo chargista é que a inspiração para o cartoon vem de um dito filosófico do irlandês George Berkeley: “to be is to be perceived” (ser é ser percebido). Diz ele que ““If a tree falls in the forest and no one is there to hear it, does it make a sound?” (Se uma árvore cai na floresta e não há ninguém lá pra ouvir, isso faz algum barulho?)

:.: A frase é uma das 11 escolhidas pelo neatorama como as melhores citações filosóficas de todos os tempos.

:.: E já que estamos refletindo sobre as grandes questões da existência humana, algumas dicas de busca sobre filosofia:

Argos: serviço que indexou o conteúdo de alguns sites listados no Diretório de Links de Filosofia. Funciona como uma busca específica de filosofia em sites selecionados, com conteúdo em português.

Lechuza: mecanismo de busca especializado em filosofia. Em espanhol.

Sobresites de Filosofia: pra quem não conhece, o Sobresites é uma reunião de guias especializados em diversas áreas, geralmente escritos por quem entende dos assuntos. Tem de hinduísmo a video-games. O guia de Filosofia vale a visita. Foi editado por Luiz Fontenelle.

seminariostf.jpg  :.: O seminário aí ao lado acabou ontem, e foi ótimo, apesar de deixarem de fora pontos importantes, como a organização e recuperação de informações que já nascem digitais, em áudio ou vídeo. 

:.: E olha que o evento foi todo gravado em vídeo, transmitido ao vivo pela internet, e o Supremo Tribunal Federal, organizador, tem a TV Justiça que poderia ter dado ótimo depoimento de como organiza o que grava e exibe.

:.: Saí de lá um pouco com a impressão de que os profissionais de informação (especialmente bibliotecários, arquivistas e mesmo o pessoal de informática) atuam às vezes meio como aquela mãe que vê o quarto do filho bagunçado, arregaça as mangas, vai lá, arruma, estabelece o lugar de cada coisa, e no dia seguinte, quando volta e vê tudo bagunçado de novo, fica revoltada com o filho.

:.: E se ela tivesse pedido para ele definir o lugar das coisas, a partir de um método que fosse mais fácil para ele guardar e achar aquilo de que precisar? E se ela tivesse apenas orientado a partir de sua experiência, mas feito com que assumisse a responsabilidade pela organização?

:.: Achei ótima a frase da Ministra Ellen Gracie, na apresentação: “quando lembro que apenas 79 volumes compunham a estante pessoal de Thomas Jefferson (núcleo a partir do qual se formou a Biblioteca do Congresso Norte-Americano), não posso deixar de considerar a enorme responsabilidade que nos toca no limiar deste século XXI.”

:.: Foram três dias em que as discussões se alternaram entre conceitos básicos e aprofundamentos teóricos, além da demonstração de cases interessantes, como o Projeto Lexml Brasil, do Prodasen, apresentado pelo analista de informática legislativa do Senado Federal, João Alberto de Oliveira Lima 

:.: Aliás, João Lima deu show. Insistiu que a vida é curta, e o tempo do usuário, também. Por isso, é preciso criar condições para que ele encontre as informações que procura o mais rápido possível. Parece óbvio, mas quando você faz uma consulta e o buscador retorna mais de um milhão de respostas, fica claro que algo está errado. “Quem gosta de pesquisar”, disse ele, “é bibliotecário. O usuário gosta é de encontrar.”

:.: No encontro, falaram muito sobre as possibilidades – mais que isso – necessidades para que os registros (e consequentemente a recuperação das informações) possam acontecer de forma integrada. 

:.: A sigla do momento é XML, seguida de outros termos: Open Archive, Open Access, URN, Web Semântica, ontologias, interoperabilidade, Governo Eletrônico,  e-Ping, cross-ref. Quer saber mais sobre isso tudo? Eu também. Um bom começo é ler os resumos das palestras, aqui.